domingo, 20 de janeiro de 2008

A Via de Desenvolvimento - 3

"A Via de Desenvolvimento de Orientação Socialista (III)

Neste artigo, que, pela sua extensão, publicamos em dois dias, Samir Amin reflecte sobre grandes problemas do nosso tempo.Distanciando-se do discurso sobre «o socialismo do século XXI», defende com ênfase especial a necessidade de um internacionalismo actuante na luta que opõe os povos ao imperialismo, hoje em guerra contra a humanidade.

Samir Amin* - 20.01.08

8. Os problemas difíceis de debater

A opção de princípio em favor da via de desenvolvimento à orientação socialista deve ser traduzida em tempos concretos de estratégias de etapa, específicas para cada povo, tendo em conta a sua herança histórica e as destruições que sofreu por efeito do desenvolvimento da globalização capitalista.

Proponho uma lista destes problemas difíceis, contentando-me em assinalar a natureza dos problemas colocados e as contradições nas respostas que lhes podemos levar:

1. A questão agrária

A alternativa do desenvolvimento de orientação socialista repousa sobre o princípio justo que a terra é um recurso natural fundamental, a propriedade dos povos e particularmente dos camponeses que aí vivem. As duas grandes revoluções da Ásia confirmaram a realização do princípio e evitaram assim"

A Via de Desenvolvimento - 2

"A Via de Desenvolvimento de Orientação Socialista (II)

Neste artigo, que, pela sua extensão, publicamos em dois dias, Samir Amin reflecte sobre grandes problemas do nosso tempo.Distanciando-se do discurso sobre «o socialismo do século XXI», defende com ênfase especial a necessidade de um internacionalismo actuante na luta que opõe os povos ao imperialismo, hoje em guerra contra a humanidade.

Samir Amin* - 20.01.08

5. A contra-ofensiva do capital em declínio

O contraste centros/periferias não é sinónimo de países industrializados/países não industrializados. A polarização centros/periferias que dá à expansão do capitalismo mundial o seu carácter imperialista prossegue e aprofunda-se até, por meio dos «cinco monopólios novos» de que beneficiam os centros imperialistas (evocados antes). Nestas condições a procura dos projectos de desenvolvimento acelera periferias emergentes, iniciadas com um êxito imediato indiscutível (na China em especial, mas também noutros países do Sul) não abole o domínio imperialista. Esse desenvolvimento participa do início do novo contraste centros/periferias, não da sua ultrapassagem.

O imperialismo não se conjuga no plural como nas fases anteriores do seu desenvolvimento; ele é cada vez mais um «imperialismo colectivo"

A via de Desenvolvimento - 1

"A Via de Desenvolvimento de Orientação Socialista (I)

Neste artigo, que, pela sua extensão, publicamos em dois dias, Samir Amin reflecte sobre grandes problemas do nosso tempo.Distanciando-se do discurso sobre «o socialismo do século XXI», defende com ênfase especial a necessidade de um internacionalismo actuante na luta que opõe os povos ao imperialismo, hoje em guerra contra a humanidade.

Samir Amin* - 19.01.08

Os desenvolvimentos propostos abaixo vão desiludir os que julgam ter já a resposta para os assuntos colocados.

A minha proposta não é a de formular aqui o «será» ou «deveria ser» o socialismo do século XXI. Uma formulação deste género iria ao encontro da leitura do marxismo a que aderi: que o socialismo (ou melhor o comunismo) só pode ser o produto da luta de classes e dos povos explorados e dominados, não a realização de «um projecto intelectual» concebido de antemão. Mas concordamos que na tradição marxista e comunista podemos entender-nos nos grandes princípios que constituem o ponto de partida de uma reflexão de suporte sobre a análise dos desafios e a abertura de lutas (indissociáveis uma da outra):
construir um mundo fundado na solidariedade dos seres humanos e não sobre a competição, ou seja fundar a social"

O PEC 2007-2011 enviado a Bruxelas pelo governo reduz a capacidade do Estado para enfrentar o agravamento da crise económica e social em 2008

O PEC 2007-2011 enviado a Bruxelas pelo governo reduz a capacidade do Estado para enfrentar o agravamento da crise económica e social em 2008: "O PEC 2007-2011 enviado a Bruxelas pelo governo reduz a capacidade do Estado para enfrentar o agravamento da crise económica e social em 2008
por Eugénio Rosa [*]

RESUMO DESTE ESTUDO

Os sintomas de recessão da economia americana e o, consequente, abrandamento do crescimento económico da Alemanha e de outros países mais desenvolvidos da UE, que está já a provocar a desaceleração da economia portuguesa, a qual nem chegou a sair da crise, são cada vez mais evidentes. Só o governo é que se mantém cego perante o agravamento da situação. A prová-lo está o Programa de Estabilidade e Crescimento: 2007-2011 (PEC:2007-2011) que enviou, em Dezembro de 2007, à Comissão Europeia. Este Programa reduz a capacidades do Estado para enfrentar o agravamento da situação económica e social que certamente se verificará em 2008. E isto por várias razões.

Em primeiro lugar, porque o governo propõe-se reduzir, pelo 3º ano consecutivo, o défice em 2008 para além dos compromissos que tinha assumido com Bruxelas, que já eram bastante penalizadores para o País. Esta redução do défice para além do previsto, determina um corte no investim"

solidariedade

o tempo das cerejas*: "Maria de Lurdes Pintasilgo
e Álvaro Cunhal, outra vez


Na passada quinta feira, 17 de Janeiro, a P2 do Público, incluiu um trabalho - de quatro páginas - do jornalista Adelino Gomes a propósito da figura de Maria de Lourdes Pintasilgo e da próxima colocação online do seu vasto espólio documental (a partir de 23 deste mês, em www.arquivopintasilgo.pt ). A certa altura dessa peça, depois de um subtítulo «Fricções com Cunhal», Adelino Gomes refere que «dos documentos analisados, Paula Borges [a organizadora do espólio] destaca 'a admiração mútua' entre Pintasilgo e Cunhal, evidente nos três primeiros governos provisórios que ambos integraram», acrescentando porém «que esta cumplicidade se esbateu no III Governo Provisório e não evitou 'que tenha sido Cunhal a sugerir o afastamento de Maria de Lourdes Pintasilgo do IV Governo, como ela contava muitas vezes' [no texto pressupõe-se que esta última afirmação seja da dra. Paula Borges].
Para falar inteiramente verdade, esta é a segunda vez que uma tal ideia aparece na imprensa e só me lembro que, na primeira, apenas por quaisquer razões acidentais que não consigo reconstituir, não diligenciei no sentido da reacção que, a meu ver, se impunha. Não estou porém disposto a cometer"

sábado, 19 de janeiro de 2008